segunda-feira, 12 de julho de 2010

Samba Boys

Aroldo e Alexandre apresentam o programa Samba Boys.

SAMBA BOYS
Alexandre V. C. Araújo está em Dublin, Irlanda, e apresenta, junto com Aroldo Oliveira, nas quartas-feiras, das 15h às 16h, hora de Brasília, um programa de rádio bilíngüe, onde se fala do Brasil e da Irlanda. Vale a pena assistir. Leiam o email que ele nos enviou, falando sobre seu trabalho: “Gostaria de apresentar o programa de rádio de samba e bossa nova que comecei aqui em Dublin chamado `samba boys` que vai ao ar todas as quartas-feiras das 7h às 8h, horário daqui de Dublin, na rádio comunitária nearfm 90.3. O programa tem o objetivo de fazer esse intercâmbio cultural Brasil-Irlanda-Brasil. No show eu, Alex, falo em inglês e Aroldo Oliveira em português. Dublin, por ser uma capital intercultural, tem ouvintes de todas as nacionalidades que estão interessados em saber como vivem os brasileiros aqui. Além de tocar o melhor do samba, bossa nova, samba-rock, etc., damos dicas e explicamos fatores que influenciam a vida dos brasileiros aqui na Irlanda e explicamos como os irlandeses devem proceder para viver/visitar o Brasil. Espero que possam escutar algum dia nosso programa. Você pode acessar o site da rádio e ver/ouvir ao vivo, já que tem uma webcam no estúdio pelo site www.near.ie/webcam ou acessar nosso blog www.sambaboysindublin.blogspot.com e adicionar nosso msn sambaboysindublin@hotmail.com. Ficaria feliz de ouvir a opinião de vocês, que são uma mão na roda para todos os brazucas que vivem, viveram ou viverão na Irlanda.Abraço.”

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Opinião - Então choro...

PÉSSIMOS EXEMPLOS
“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

O filme “Obrigado por fumar” conta a história de um advogado norte-americano que defendia os interesses de fabricantes de cigarros em processos movidas contra eles por ex-fumantes acometidos por doenças graves. Em uma cena do filme, perguntado sobre como fazia para sempre ganhar as causas, ele revelou que, na impossibilidade de defender seu cliente (ele mesmo achava difícil provar que o cigarro não é um veneno), partia para o ataque, procurando desqualificar o autor da ação e suas testemunhas. E sua estratégia, que não era novidade nos tribunais americanos, sempre dava certo.
Agora, no Brasil, presenciamos que se tornou uma prática usual de advogados de pessoas acusadas de crimes torpes e sanguinários atacarem em duas frentes: uma visa desqualificar o trabalho da polícia, outra visa desqualificar a vítima. Obviamente, a primeira alternativa é a mais eficiente, ainda mais se os advogados contarem com a colaboração de testemunhas acuadas e apavoradas que se dispuserem a mudar seus depoimentos de um dia para o outro. Junte-se a isso uma acusação de confissão obtida sob tortura e gera-se a dúvida, importante elemento que, na maioria das vezes, conduz à absolvição do acusado.
Já a segunda artimanha, desmoralizar a vítima, aparentemente inócua perante o Direito, desempenha um papel importante se, entre os jurados, estiverem pessoas moralistas, retrógradas e preconceituosas. Além disso, esta estratégia torpe serve para acalmar a ira popular e até conquistar para o réu a simpatia da parte mais ignorante e atrasada da “opinião pública”.
Competentíssimos, alguns até famosos, os advogados que manipulam essas táticas com eficiência, além de tentar atrapalha as investigações com denúncias anônimas falsas e até fotos forjadas tentando provar que a vítima de assassinato está viva, não raro absolvem ou conseguem manter em liberdade, por anos, mandantes e assassinos de crimes bárbaros. Pimenta Neves, os mandantes da Chacina de Unaí, Vitalmiro Bastos, hoje, felizmente, atrás das grades, e outros estão aí para corroborar nossa afirmativa. Essa impunidade escancarada de alguns criminosos é um péssimo exemplo para a população em geral e, principalmente, para os jovens. E, diante desse uso vergonhoso, imoral e eficiente das chamadas “brechas” da lei, como bem disse Rui Barbosa, “o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Luiz Lyrio
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Então choro...
Choro por todas as mulheres
Assassinadas, torturadas,mutiladas
desfiguradas, violentadas
A mulher que dá a luz
Que carrega consigo a vida
É morta diariamente
De variadas maneiras
Morte física, morte social
Morte psicológica,morte moral
Quantas, não mais
Sorriem ao espelho
Não conseguem caminhar
Perdem sua identidade
São privadas de amar
O curso natural da vida
É bruscamente interompido
Não chegam a envelhecer
Recebem flores no túmulo
Não podem mais florescer
O macho mostra sua força
De arma na mão
"No homem não pega nada"
Macho ferido no orgulho
Pode ferir ou matar
Querem briga e barulho
Se investem de autoridade
E tiram, sem piedade, vidas
Vidas belas, vidas preciosas
Vidas tristes, vidas sofridas
Matam mulheres
Deixam seus filhos, sem mãe
Seus pais, sem filhas
Roubam sua dignidade
Sua vida é exposta
Invadem sua intimidade
Édisso que a mídia gosta
Matam mulheres
E jogam a culpa na vítima
"Ela me traiu!"
"Ela me provocou!"
"Ela era prostituta!"
"Ela me enganou!"
"Que ela sirva de exemplo!"
Violam seu templo
Condenadas a pena de morte
Sem direito a julgamento
Entregues a própria sorte...
A tristeza me invade
Um crime irracional
Aos olhos da sociedade
Vira uma coisa normal
Então choro
Por Luciana Lopo
Por Maria da Penha
Por Eloá
Por Amina Lahal
Por Hajana Ibrahim
Por Sandra Gomide
Por Eliza Samudio
Por aquelas cujos nomes
Viram apenas siglas
Pelas vítima anônimas
Que choram baixinho
Quando apanham
Que se escondem e se encolhem
Dos hematomas se envergonham
E se recolhem, dentro de si
Que temem denunciar
Protegem seu opressor
Amam seu agressor
Rosana Paulo

terça-feira, 8 de junho de 2010

Estalo 6 - capa


Estalo, o tabloide - N° 6 - está circulando em:

Aracaju - SE

Belo Horizonte - MG

Brasília - DF

Salvador - BA

Marília - SP

Campo Grande - MS

Itararé - SP

Porto Alegre - RS

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Anuncie no Estalo!

Informações

revistalo@yahoo.com.br

(031)92561840

(079)88034136

Livros

PROÊMIO
São os primeiros versos de Leandro Custódio que vem à luz após um ano de saraus, exposições e boemia. Trazem consigo a vida e intempestividade do autor que se intitula pós-nada sobre a égide de seu manifesto. O livro é idealizado em três segmentos, circunscrevendo o caráter ideológico proposto por Custódio que é fruto de sua “andarilhagem” acadêmica e cisão com algumas correntes de pensamento consideradas por ele como dogmáticas. Muito além das conjecturas e “bitolações” que se encontram comumente nos livros de poesia, este livro, expatriado de qualquer formalidade, é visceral. Apresenta os anseios de um jovem poeta que busca, ao longo de seu percurso intelectual, um devir artístico.
Maximiliano A. Cirelli Graduando em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/Marília) e Filosofia pela Faculdade João Paulo II (FAJOPA/Marília).
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NO LIMITE DOS SENTIDOS
Jacira Fagundes
Editora Movimento
Contos


No limite dos sentidos, editora Movimento, 2009, é mais que uma reunião de contos.
É uma espécie de tear em que cada conto é um ponto bem trabalhado, planejado, feito para estar ali em harmonia com o conjunto. Assim o livro revela conflitos familiares perdidos no tempo e no espaço, ou nos nossos próprios tempo e espaço.
Histórias de amor, morte, desejo, silêncios que revelam muito de cada família, de cada um de nós.
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ALÉM DO JARDIM & Outras Histórias
Autora: Maria da Glória Jesus de Oliveira

Além do Jardim narra a vivência entre filha e mãe, quando esta luta para vencer um câncer, cabendo à filha cuidar dela. Por entre os acontecimentos dolorosamente evolutivos de saúde da octogenária, permeiam dúvidas existenciais de uma e de outra e cicatrizes das interações afetivas nem sempre fáceis e naturais entre ambas, devido ao temperamento egocêntrico da matriarca. A obra tem o mérito de estender a vivência tocante a todos que talvez tenham sofrido semelhantes angústias e ansiedades.

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O livro Abre a boca Calabar, patrocinado pelo poeta e escritor jequieense Valdeck Almeida de Jesus, traz poemas de 31 crianças e adolescentes do Calabar, em Salvador-BA. A obra traduz o olhar dos moradores, traz a inocência e os sonhos dos moradores do bairro. A publicação faz parte de um projeto social desenvolvido por Valdeck Almeida, que realiza esse trabalho há cinco anos e já lançou mais de 600 poetas no mundo literário. Adquira-o através do e-mail http://br.mc331.mail.yahoo.com/mc/compose?to=valdeck2007@gmail.com . Preço: R$20,00.

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Sonetos no azul da tarde é o primeiro livro de Reginaldo Costa de Albuquerque. O escritor Rubenio Marcelo, da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, no prefácio traduz a vocação do autor e a importância desse primeiro livro: “...Reginaldo Costa de Albuquerque chega para conquistar um lugar seguro no quadro da atual poesia sul-mato-grossense e fortalecer sobremaneira o cabedal poético da nossa geração.” O autor possui vasta premiação literária em poesia, conto e soneto, vários primeiros lugares.
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O primeiro livro do Projeto Fala Escritor reúne textos em prosa e poesia dos organizadores do evento: Carlos Souza, Fátima Ferreira, Grigório Rocha, Leandro de Assis, Monique Jagersbacher, Renata Rimet, Valdeck Almeida de Jesus e a convidada especial Sandra Stábile.
O livro nos dá uma pequena mostra do universo de cada um desses escritores, brindando o leitor com uma gama de estilos, traços e composições: a poesia abnegada e otimista de Carlos Souza; a prosa reflexiva de Fátima Ferreira; a arte ora romântica, ora irônica de Grigório Rocha; a singular leitura da realidade expressa na poesia e na prosa de Leandro de Assis; o lirismo sutil, delicado e, vez por outra, ácido de Monique Jagersbacher; a poesia carregada de sensações, lirismo e imagens poéticas de Renata Rimet; os sentimentos expressos em versos de Sandra Stábile e a poesia humana, de uma pena que se comove com as mazelas da vida, de Valdeck Almeida de Jesus.
O Projeto Fala Escritor – Foi criado em 2009, pelo poeta Leandro de Assis, com a colaboração dos escritores Carlos Souza, Fau Ferreira, Grigório Rocha, Monique Jagersbacher, Renata Rimet e Valdeck Almeida de Jesus. Seu objetivo é unir os novos escritores brasileiros, incentivar a escrita, a publicação e o lançamento de livros, além de disseminar informações referentes ao mercado editorial.

Onde encontrar: Livraria Saraiva – Salvador Shopping
Preço: R$ 15,00

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“Nós da Poesia” nasceu da parceria entre o Instituto Imersão Latina - IMEL e a Editora All Print, para mostrar a importância do coletivo na difusão da poesia e da cultura da paz. Participam dessa antologia mais de 30 autores de vários estados do Brasil que se reuniram em prol do fazer poético”. Nós da Poesia foi lançado na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, nos dias 10 e 11 de setembro de 2009 e relançado nos dias 22 e 23 de maio de 2010, na Bienal de Minas, em Belo Horizonte. A idéia é de que a antologia seja (re)lançada em cada estado de seus respectivos autores.
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É um livro de Crônicas Contos e Poemas, onde o leitor encontrará poesia em cada uma de suas páginas. Assim sendo, espera-se que com os temas abordados, entre a realidade e a ficção, possa haver em algum momento uma identificação, ou uma recordação de uma história já vivida.
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FLASHES constitui-se de flagrantes de vida de homens e mulheres entre alegrias e tristezas, anseios e desilusões, buscando afeto, consolo, aprovação... Daí a fuga no outro que os ouve e consola, como é próprio da natureza humana. Até que voltem à poeira das estrelas, como postulou Karl Sagan?
Deu-se preferência a contos curtos, pensando-se no leitor sem tempo para longas narrativas. E dá-se especial importância ao amor romântico, por acreditar-se que ainda move o mundo, move o céu e as estrelas, como disse Dante.

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2ºs. Jogos Florais do Século XXI - A Comissão Julgadora do Concurso SEGUNDOS JOGOS FLORAIS DO SÉCULO XXI, na sua primeira etapa, esteve integrada pelos escritores de Brasília - DF: Gacy Simas, Luis Carlos de Oliveira Cerqueira e Maria Marta de Souza Machado. Eles reuniram-se em outubro de 2009 e selecionaram trinta trabalhos que foram encaminhados para a 2ª etapa do concurso. Integraram a comissão julgadora os escritores: Antônio Miranda – Brasília - DF, Luis Lyrio – Aracajú - SE e Ndalu de Almeida, mais conhecido por seu pseudônimo Ondjaki – Luanda - Angola. A comissão julgadora apresentou os treze vencedores do Concurso SEGUNDOS JOGOS FLORAIS DO SÉCULO XXI - 2009.
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terça-feira, 11 de maio de 2010

Semana do escritor e do livro de Sorocaba - 45° FEMUP - VI Concurso Literário Poesia Sem Fronteiras

ENTRE NO SITE E SAIBA COMO PARTICIPAR
www.semanadoescritor.com.br
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ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O FEMUP

Interessados em participar do 45º FEMUP - Festival de Música e Poesia de Paranavaí e 42º Concurso Literário de Contos, a serem realizados nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2010, podem se inscrever até o dia 28 de agosto.

Realizado em Paranavaí há 44 anos, o FEMUP, um dos festivais culturais mais tradicionais do Brasil, é uma iniciativa da Fundação Cultural de Paranavaí. O objetivo do evento é intensificar o intercâmbio artístico entre todas as regiões do País, além de descobrir e valorizar novos talentos.

Para participar, o interessado precisa ser brasileiro, independente de residir no país ou não. As inscrições são gratuitas.

O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site
www.novacultura.com.br .
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VI CONCURSO LITERÁRIO POESIAS SEM FRONTEIRAS (inscrições de 10 de agosto até 20 de dezembro de 2010)

Os interessados devem enviar uma única poesia, tema LIVRE (digitada ou datilografada) inédita sob pseudônimo, em duas vias, dentro de um envelope maior. No envelope menor, deverá constar a ficha de inscrição que deverá ser criada pelo autor, com o nome, endereço completo, idade, profissão, escolaridade, título da poesia, pseudônimo, telefone, e-mail (se tiver), comprovante de depósito de R$ 8,00, em nome de Marcelo de Oliveira Souza, conta poupança BRADESCO : No 5920 digito 0 Agência 3679 digito 0. Não esquecer de dizer como tomou conhecimento do concurso e se já participou de concursos anteriores.
Obs: Não aceitaremos poesias por e-mail; menores de idade podem participar desde que seja com a autorização dos pais; participantes de todos os países estão liberados a participar desde que cumpram os requisitos do concurso e seja na língua oficial: Língua Portuguesa.
Formas de pagamento: • Em espécie junto à ficha de inscrição (envelope menor) • Depósito Bancário ou transferência de conta • Fora do país o equivalente a 5 dólares ou euros. RESULTADO: Dia 20 de janeiro de 2011 No site http://marceloescritor.blig.ig.com.br por e-mail, para quem enviar o endereço eletrônico e por carta para que não tiver e-mail.PREMIAÇÃO: 1o lugar: Troféu + certificado + Livro sobre Conhecimento Humano e Direito (baseado na monografia do autor Dr. Adalberto Borges) + Revista Literária 2o lugar: Certificado + 1 MP3 + Livro Sobre conhecimento Humano e Direito + Revista Literária3o lugar: Certificado + 1 PEN DRIVE + Livro de coletânea SALVO CONDUTO
Menções Honrosas: Uma para o autor nacional e outra para o autor internacional, cuja premiação será: Nacional: certificado + Livro sobre conhecimento humano e Direito; Internacional: certificado + Livro A SALA DE AULA + Camisa Lembrança da cidade de Salvador/Bahia.Contatos: marceloosouzasom@hotmail.com e celular 71-81553677 ESCREVER é PRECISO!
Enviar para: VI Concurso literário: Poesias sem Fronteiras A/c escritor Marcelo de Oliveira Souza Conjunto Edgar Santos Bloco 14/204 Engenho Velho de Brotas Salvador Bahia BRASIL CEP 40240-670

Visite o site:

http://marceloescritor.blig.ig.com.br/

sábado, 20 de março de 2010

Humor - livros - poemas


Fonte: Jornal O TEMPO
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SEM DOCUMENTO

“Caminhando contra o vento
sem lenço e sem documento.”
(Caetano Veloso)

Em 1968, na época da ditadura, o Zé Carlos já era militante do PC do B e morava numa pensão no Rio de Janeiro. Para quem não sabe, não viveu ou perdeu a memória, é preciso esclarecer que, no tempo da ditadura, ser militante de partido de esquerda era considerado crime e, portanto, quem o era exercia uma atividade clandestina.
Os registros escritos que continham a ideologia, a estratégia e as táticas para se chegar ao poder dos partidos de esquerda chamavam-se “documentos”. E “documentos” eram provas do crime, caso fossem encontrados em poder de algum militante que caísse nas mãos da polícia.
Por isso, Zé Carlos ficou muito nervoso, quando pegou com um companheiro alguns documentos do Partido que ficariam sob sua guarda. Andando nas ruas do Rio de Janeiro, o Zé suava frio cada vez que cruzava com um policial. Decidiu, então, que o melhor seria guardar aqueles documentos na pensão em que morava no Flamengo. Apesar de dividir o quarto com outros dois caras, os caras eram alienados e não entendiam nada de documentos, marxismo, revolução e outras coisas deste tipo, por isso Zé Carlos julgou que fosse seguro esconder aqueles documentos embaixo do seu colchão.
Quando ele chegou à pensão, os caras tinham saído para trabalhar. Sozinho no quarto, nosso herói ficou à vontade para esconder os documentos. Aliviado, resolveu recostar-se um pouco. Mal acabou de fechar os olhos, entretanto, o Zé escutou um barulho. E que barulho! Policiais, já naquela época, gostavam de ser barulhentos. Terroristas oficiais, adoravam impor-se desestabilizando as cabeças das pessoas com o fator surpresa e os gritos e barulhos infernais que faziam quando em diligência. E foi assim que eles invadiram a pensão onde o Zé Carlos morava, em busca de um ladrão comum que julgavam hospedar-se ali.
Zé sentou-se assustado na cama, quando os policiais invadiram seu quarto. Vendo o militante do PC do B, os agentes irromperam em direção a ele, gritando:
– Documentos! Documentos!
Atordoado, o hoje sindicalista lembrou-se dos documentos do PC do B que escondera debaixo do colchão e a primeira coisa que lhe veio à cabeça foi que os policiais o haviam seguido e sabiam dos documentos. Por isso, rápido no gatilho, respondeu aos agentes:
– Documentos? Que documentos? Eu num tenho documento, não! Aqui num tem nenhum documento!
– Não tem documento! Como, indivíduo, cê num tem documento?
– Claro que não! Aqui num tem documento nenhum!...
– Bom – confabulou um dos policiais – se ele não tem documento, vamo tê que levá o indivíduo preso para averiguação...
– Preso como? – questionou o Zé Carlos. – Preso porque não estou com documentos? Pô, num tô entendendo mais nada!...
– Mas, indivíduo – perguntou, de novo, o policial. – Cê num tem documento nenhum? Nem Carteira de Identidade, Título de Eleitor, nada?!
– Pô, Carteira de Identidade eu tenho!... – acordou o Zé, tirando a Carteira do bolso. – Tá aqui...
– E por que cê num mostrou antes, ô imbecil?
– Cês num pediram Carteira de Identidade. – Fez-se de besta o militante. – Pediram documento. Se tivessem pedido Identidade...
– Ah, o indivíduo gosta de se fazer de engraçadinho... Sabia que pode ser preso por desacato, ô sujeito?
Zé Carlos ficou calado, enquanto, após breve discussão, os policiais acharam melhor não levá-lo preso por desacato e resolveram ir embora.
Zé suspirou aliviado e tornou a deitar-se. Escornado sobre os documentos que havia escondido debaixo do colchão, dormiu seu sono dos justos pelo resto da tarde.

Do livro NOS IDOS DE 68
Luiz Lyrio
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Adquira os livros de Luiz Lyrio! Faça seu pedido pelo e-mail revistalo@yahoo.com.br ou pelos fones (31)92561840 ou (79)88034136 e receba sua encomenda em casa ou no endereço que você determinar. Você só paga depois que receber o(s) livro(s).




Preços (*)




ENTRE A MORTE E VIDA - R$30,00




NOS IDOSDE 68 - R$20,00




MARCAS DE BATOM - R$15,00




ABDUÇÃO - R$15,00




(*) Já incluída no preço a despesa de correio.





Você também poderá encontrar os livros de




Luiz Lyrio em:




Aracaju: Café Casual - Pça Tobias Barreto, 166 - Fone: 3211 3828.





Barbacena: Livraria Bernadete: Rua Dr. Teobaldo Tolenda,51 - Centro.




Belo Horizonte: Quixote - Livraria e Café -

Rua Fernandes Tourinho, 274- Savassi.




Salvador: EDUNEB (Editora da Universidade do Estado da Bahia)

Av. Jorge Amado, s/n° - Boca do Rio

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UNIVERSO EM DESTEMPERO
A terra, contrariada e furiosa, treme.
O vento, que assobiava, agora geme.
Eu, nessas horas, finjo que não ligo,
enquanto as pessoas buscam abrigo.

E cada um reage de modo variado:
Enquanto um, covarde, foge apavorado,
e outro, inutilmente, só esconde a cara;
a coragem, na Terra, se torna coisa rara.
O ar, vítima de asfixia, fica carregado
e o velho sol se esconde atemorizado.

Ninguém a enfrenta
e o clima esquenta.
Nuvens acinzentadas
e faíscas eletrificadas
tomam conta do céu.
Pássaros voam ao léu.

O universo todo, também a ela devotado,
cheio de raiva, transpira em bicas, revoltado.
O planeta azul fica roxo e, solidário a ela,
sem titubear, toma partido na querela.

E, então, expelidos do seu interior mais profundo,
e saindo por todos os poros vulcânicos do mundo,
devastadores, correm incandescentes rios de lava,
quando minha e/terna e linda namorada fica brava.

Luiz Lyrio
Menção Honrosa no VI Concurso Newton Braga de Poemas

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Biografia



Biografia de Luiz Lyrio

Natural de Belo Horizonte, Luiz Paulo L. Araújo, viveu a sua infância na década de 50, tendo começado a se interessar por política já nos chamados “anos dourados”. Dessa época, guarda ainda as lembranças de alguns fatos históricos (suicídio de Getúlio, governo de Juscelino, Revolução Cubana) e de discussões políticas dos adultos, que ouvia com interesse todo especial.
Na escola, recebeu formação e informações importantes de alguns de seus professores mais politizados. Fez o antigo ginásio durante a primeira metade da década de 60, tendo recordações bem vivas dos grandes debates sobre as reformas de base e do golpe de 64.
Iniciou efetivamente sua militância política no 2º grau, quando estudava no Colégio Estadual Central no Santo Antônio. Nessa época (66, 67 e 68), foi membro destacado do movimento secundarista e chegou a ter seu nome cogitado para participar de uma das chapas que disputaria a diretoria da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). No final de 68, afastou-se do movimento, desiludido com a fragmentação das esquerdas naquele momento decisivo para o movimento estudantil.
Em 1970, passou no vestibular do Premen e, em 1971, fez o curso de curta duração de História, disciplina que escolheu por favorecer um trabalho mais efetivo de conscientização política dos estudantes. Em abril de 1972, começou sua carreira de professor, lecionando inicialmente na Escola Polivalente do Barreiro. Iniciou, então, nos duros anos de repressão e censura que se sucederam, um discreto trabalho político-pedagógico.
Em 1973, transferiu-se para a Escola Polivalente de Barbacena e lecionou em vários outros estabelecimentos de ensino naquela cidade e em cidades próximas. Em 1977, criou e dirigiu o Politeatro, grupo de teatro da Escola Polivalente de Santos Dumont. Em 1979, teve participação destacada na greve dos professores que deu origem à criação do Sind-UTE, coordenou o movimento em Barbacena e Santos Dumont e percorreu cidades próximas, ajudando a consolidar a greve.
Freqüentou a faculdade (FAFICH-UFMG) numa época de refluxo do movimento estudantil e concluiu o curso de licenciatura plena de História. Em 1983, participou de todas as fases do Primeiro Congresso Mineiro de Educação. Neste grande evento, defendeu os direitos dos educadores e lutou pela democratização das escolas e por eleições diretas para diretor de estabelecimento de ensino público. Nos anos 80, redescobriu os grêmios estudantis e realizou um trabalho de incentivo e assessoria às lideranças que se destacavam nas escolas em que lecionava. A partir desse trabalho, tomou consciência da necessidade de um material sintético, porém mais completo e mais didático do que os disponíveis até a época, e que auxiliasse aqueles que quisessem organizar e manter funcionando grêmios estudantis em suas escolas. Iniciou, então, um trabalho de pesquisa que culminou com a edição do livro “Grêmio Livre: Um Exercício de Cidadania”.
Em 1995 e 1996, apoiado pelo Departamento de Educação da Administração Regional Oeste da PBH, começou a divulgar de seu trabalho, com a promoção de debates em várias escolas, participação em um encontro de estudantes da Regional e a divulgação seu livro no Congresso do SIND-UTE, realizado em Varginha.
Em 1998, com o apoio das varias entidades, inclusive da UMES-BH e do SINPRO-MG, lançou a segunda edição de seu livro. Em 1999, produziu e lançou uma fita de vídeo sobre os grêmios.
A partir daí, intensificou sua ação em prol do crescimento do movimento secundarista por meio de palestras, mini-cursos e seminários, e ministrou , em novembro de 1999, o relato de experiência “O Grêmio Estudantil: Um Exercício de Cidadania”, no Centro de Referência do Professor da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais.
Entre 2000 e 2010, várias de suas crônicas foram publicadas no Jornal O TEMPO. Entre 2002 e 2008, colaborou com o Jornal O ESPIGÂO, do bairro Caiçara em Belo Horizonte.
Em 2002, lançou, em parceria com escritores mineiros e de outros estados, ESTALO, o tablóide, jornal que deu origem a ESTALO, a revista, publicação literária destinada a divulgar o trabalho de autores independentes, que circulou até 2006. Ainda em 2002, participou do X Encontro de Diretores Pedagógicos e Especialistas em Educação dos Colégios Tiradentes, proferindo palestra sobre o tema “GRÊMIO ESTUDANTIL”. Durante o ano de 2003, desenvolveu, na Escola Municipal Agenor Alves de Carvalho, o PROJETO BANDEIRA BRANCA, que culminou com uma semana de debates sobre a violência em geral e a violência nas escolas. O evento contou com o apoio do CAPE, da SMED e da Regional Nordeste da PBH. Em 2004, publicou os livros NOS IDOS DE 68 e MARCAS DE BATOM. Em 2005, foi agraciado com o Prêmio Destaque no V Concurso Rubem Braga de Crônicas, com a crônica ALICE NO PAÍS DAS ARMADILHAS. No ano seguinte, ficou em 6º lugar no Concurso Fliporto de Contos (Porto de Galinhas – PE) com o conto “Para Que Caminhar?”, editado nos Anais do Festival de Literatura de Porto de Galinhas de 2006. Em 2007, publicou o livro ABDUÇÃO, teve seu conto CORPO FECHADO selecionado no VI Prêmio Literário Livraria Asabeça (São Paulo – SP) para publicação em antologia e ganhou MENÇÃO HONROSA no II CONCURSO CLAUDIONOR RIBEIRO DE CONTOS (Cachoeiro do Itapemirim – ES). Ainda em 2007, ganhou Menção Honrosa no 5º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CONTOS E POESIAS, teve seu conto PASSAGEM DE ANO publicado em 2008 no livro ELOS E ANELOS da Editora Guemanisse (Teresópolis – RJ), e recebeu menção honrosa no XII Concurso de Poesias, Contos e Crônicas, promovido pela ALPAS XXI (Cruz Alta – RS). Em 2008, a Mazza Edições publicou uma segunda edição de seu livro NOS IDOS DE 68. Em 2009, publicou, pela “LivroPronto Editora”, seu livro de contos ENTRE A MORTE E A VIDA e ganhou prêmio destaque no VI Concurso Rubem Braga de Crônicas. Em 2010, foi jurado do Concurso Literário 2os Jogos Florais do Século XXI. Neste mesmo ano, foi agraciado com Menção Honrosa no VI Concurso Newton Braga de Poemas, promovido pela Academia Cachoeirense de Letras.
Aposentado como professor em 2008, Luiz Lyrio é representante do Movimento Abrace em Aracaju-SE, cidade na qual reside atualmente, Embaixador da Paz pelo Cercle Universel des Ambassadeurs de La Paix - Suisse/France, Membro Correspondente da Academia Cachoeirense de Letras (Cachoeiro do Itapemirim – ES) e Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni (ALTO).


Obras onde você encontra textos de Luiz Lyrio:

Grêmio Livre: Um Exercício de Cidadania – Luiz Paulo Araújo – Belo Horizonte, 1995.
Grêmio Livre: Um Exercício de Cidadania, 2ª Edição – Luiz Paulo Araújo – Belo Horizonte, 1998.
Nos Idos de 68 / Luiz Lyrio. – Belo Horizonte: Anome Livros, 2004.
Marcas de Batom/ Luiz Lyrio. Belo Horizonte: Edição: Estalo, a revista, 2004.
Estalo, a revista - Belo Horizonte - n° 1 a 5 - 2004-2005
Estalo, o tabloide - Belo Horizonte - n° 1 a 6 - 2oo1 - 2010
Revista da Academia Cachoeirense de Letras – Cachoeiro do Itapemirim, ES, 2005.
Revista da Academia Cachoeirense de Letras – Cachoeiro do Itapemirim, ES, 2006.
Anais da Fliporto 2006 – Recife, PE, 2006.
Revista da Academia Cachoeirense de Letras – Cachoeiro do Itapemirim, ES, 2007.
Abdução / Luiz Lyrio – R & S Gráfica e Editora – Belo Horizonte, MG, 2007.
VI Prêmio Literário Asabeça 2007: antologia: poesias, contos e crônicas. – São Paulo: Scortecci, 2008.
Revista da Academia Cachoeirense de Letras – Cachoeiro do Itapemirim, ES, 2008.
Elos e Anelos. Vol I. Teresópolis, RJ: Guemanisse, 2008.
Nos Idos de 68: Edição rememorativa do quadragésimo aniversário do ano bissexto em que os jovens se tornaram sujeitos da História e quase mudaram a trajetória do mundo / Luiz Lyrio. – Belo Horizonte : Mazza Edições, 2008.
Coletânea Deslizes: poesias, contos e crônicas / coordenação: Rozelia Scheifler Rasia; organizadoras: Alba Pires Ferreira, Ilda Maria Costa Brasil, Rozelia Sheifler Rasia. – Passo Fundo, RS – Berthier, 2008.
Galeria Brasil 2009: Guia de Autores Contemporâneos/Celeiro de Escritores. São Paulo, SP: Editora Sucesso, 2009.
Nós da Poesia / Brenda Marques Pena, organizadora. – São Paulo: All Print Editora, 2009.
Entre a Morte e a Vida / Luiz Lyrio. – São Paulo: LivroPronto, 2009.
Alma Brasileira: poemas / organizadora: Sandra Luzia Stabile de Queiroz, Salvador, BA, 2010.
Olhar Andarilho: Poesias, Contos e Crônicas / Organizado por Rozelia Scheifler Rasia e Alba Pires Ferreira - Porto Alegre; Alternativa, 2010.
Abrace Revista Internacional - Ano V - Nº 11 -março de 2010.